Insuficiência cardíaca congestiva, descompensada e aguda | Sintomas

A insuficiência cardíaca congestiva é uma doença crônica e progressiva na qual os músculos do coração são consideravelmente enfraquecidos ou não podem bombear sangue suficiente para atender as necessidades do corpo.

INDICE

 

O termo congestiva deriva do acúmulo de fluido no corpo e, em particular:

  1. Nos pulmões,
  2. No fígado,
  3. No abdômen.

 

Classificação da insuficiência cardíaca

  1. Falamos de insuficiência cardíaca aguda se é a primeira vez que isso ocorre e passa rapidamente.
  2. A insuficiência cardíaca crônica significa que a doença está estável ou em agravamento.
Cardiologista,médico

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Insuficiência cardíaca de baixo débito em repouso ocorre devido a:

  1. Doenças reumáticas,
  2. Miocardiopatias,
  3. Defeitos congênitos e valvulares (por exemplo, estenose aórtica).

A insuficiência cardíaca de alto débito é a conseqüência de doenças tais como:

  1. Doença de Paget, que causa shunts (conexões) arterio-venosos pequenos ,
  2. Doenças graves hepáticas ou renais,
  3. Anemia,
  4. Tireotoxicose,
  5. Grandes fístulas arteriovenosas.

Fonte: High Output Cardiac Failure – Anand IS, Florea VG.

Normalmente, a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é classificada em duas categorias:

  1. Sistólica,
  2. Diastólica.
Insuficiência-cardíaca-coracao

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Insuficiência cardíaca sistólica
A insuficiência cardíaca sistólica ocorre quando a ação de bombeamento do coração se torna menos potente.
Geralmente se mede com a fração de ejeção.
A fração de ejeção é calculada dividindo a quantidade de sangue bombeada pelo ventrículo esquerdo pelo volume máximo de sangue que pode entrar no ventrículo quando o coração está relaxado (no final da diástole).
A fração de ejeção normal deve ser superior a 55%, ou seja, o ventrículo bombeia
pelo menos 55% do sangue que contém.
Se não chega a esse valor, é diagnósticada a insuficiência cardíaca sistólica.

Insuficiência cardíaca diastólica – Ás vezes o coração se pode contrair normalmente, mas torna-se rígido durante a diástole (quando o coração está relaxado e o sangue entra).
Como conseqüência, o coração não se enche completamente de sangue. Este fenômeno é chamado de insuficiência cardíaca diastólica.
Geralmente é diagnósticada através de um ecocardiograma com Doppler.
Em caso de insuficiência cardíaca diastólica, a fração de ejeção é normal ou superior a 55%.
Esta doença é mais freqüente:

  1. Em pacientes com hipertensão,
  2. Em pessoas com mais de 75 anos de idade.

As mulheres sofrem mais de insuficiência cardíaca diastólica do que os homens.

A insuficiência cardíaca descompensada (ICD) é definida como uma síndrome clínica em que uma alteração estrutural ou funcional do coração provoca a incapacidade de expelir e / ou receber sangue com uma pressão fisiológica (normal).
A consequência é a limitação funcional e uma intervenção terapêutica imediata é necessária
Fonte: I Latin American Guidelines for the Assessment and Management of Decompensated Heart Failure

 

Causas de insuficiência cardíaca congestiva

A insuficiência cardíaca pode ser causada por:
1. Doenças que prejudicam a capacidade do coração de bombear sangue oxigenado suficiente;
2. Doenças que causam uma maior necessidade de sangue oxigenado.

Os idosos têm um risco aumentado de insuficiência cardíaca porque os músculos do coração enfraquecem com a idade. Além disso, a parede do coração e as válvulas dentro do coração podem tornar-se duras e rígidas com a idade.
Além da idade, as seguintes doenças podem causar insuficiência cardíaca em jovens e idosos.

  • Doença arterial coronariana – as artérias coronárias são vasos sanguíneos que levam o sangue para o coração. Quando estas artérias tornam-se estreitas devido à formação de placas ateroscleróticas, não conseguem levar bastante sangue para o músculo cardíaco.
    A conseqüência é a insuficiência cardíaca.
  • Pressão alta – A hipertensão arterial aplicar uma maior tensão sobre o coração e os vasos sanguíneos.
    O coração pode não ser capaz de suportar essa pressão portanto aumenta o risco de um ataque cardíaco, derrame ou insuficiência cardíaca.
  • Miocardite – a miocardite é uma inflamação do miocárdio, o músculo cardíaco.
    Geralmente a causa é uma infecção viral.
    Uma miocardite grave pode enfraquecer a capacidade de bombeamento do coração. As conseqüências podem ser insuficiência cardíaca ou ataque cardíaco.
  • Insuficiência cardíaca

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    Cardiopatia congênita – é uma anormalidade na estrutura do coração que está presente ao nascimento.
    Um defeito pode estar presente na parede do coração e as válvulas podem impedir o fluxo de sangue no coração ou podem causar o desenvolvimento anormal da circulação sanguínea.

  • Cardiomiopatia – A cardiomiopatia é caracterizada do engrossamento e do enfraquecimento dos músculos do coração.
    A doença causa dificuldade em bombear sangue eficazmente, isto pode causar insuficiência cardíaca.
  • Arritmia cardíaca – A arritmia cardíaca refere-se a uma anormalidade do batimento cardíaco. Os batimentos do coração tornam-se irregulares. Geralmente a causa é uma atividade elétrica anormal. A arritmia cardíaca pode causar insuficiência cardíaca.
  • Hipertireoidismo – O hipertireoidismo é caracterizado por uma excessiva produção de hormônio tiroxina na glândula tireóide. O hipertireoidismo acelera o metabolismo e causa um batimento cardíaco rápido ou irregular.
    Além disso pode aumentar a pressão sobre o coração porque aumenta a quantidade de sangue e oxigênio exigido pelo organismo.
  • Outras causas – além das doenças mencionadas acima, as vezes a insuficiência cardíaca pode ser causada por doenças das válvulas cardíacas, hemocromatose, amiloidose, anemia, exposição a toxinas, cocaína ou quimioterapia.
Patologías cardíacas

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Fatores de risco para insuficiência cardíaca

Alguns fatores podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca congestiva.
Os principais fatores de risco são:

  1. Idade
  2. Fumo e álcool
  3. Obesidade
  4. Sedentarismo
  5. Hipertensão
  6. Diabetes
  7. História familiar de insuficiência cardíaca
  8. Síndrome metabólica
  9. Episódios anteriores de ataques cardíacos

 

Diferença entre a insuficiência cardíaca esquerda e direita

Sintomas da insuficiência cardíaca esquerda

No caso de insuficiência cardíaca esquerda, o ventrículo não consegue bombear o sangue com eficácia para o resto do corpo.
A consequência é um aumento da pressão no átrio esquerdo e um acúmulo de sangue nas veias pulmonares. Essas veias levam o sangue dos pulmões para o átrio esquerdo.
Portanto, os sintomas mais graves são no nível respiratório, ou seja a dispneia.

Insuficiência cardíaca, ventrículo

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Este é o tipo mais freqüente de insuficiência cardíaca que ocorre no corpo humano.
O lado esquerdo do coração recebe sangue rico em oxigênio e bombeia-o para o resto do corpo.
Abaixo mencionamos os sintomas da insuficiência cardíaca esquerda que pode sinalizar o desenvolvimento desta doença crônica.

  • Fadiga
  • Falta de ar em posição deitada ou durante a atividade física
  • Palpitações
  • Fraqueza
  • Tosse com muco (catarro) rosado
  • Diminuição da produção de urina
  • Falta de ar súbita durante a noite, necessidade de dormir com a cabeça mais alta do que o coração
  • Retenção de líquidos nos pulmões que provoca insuficiência respiratória
  • Batimento cardíaco rápido ou irregular
  • Ganho de peso

 

Insuficiência cardíaca direita

No caso de insuficiência cardíaca direita, o coração não pode efetivamente bombear sangue para os pulmões. Logo isso se acumula nas veias que vêm das extremidades do corpo e terminam no átrio direito.
Neste caso, o sintoma mais óbvio é o acúmulo de líquido nos membros inferiores e no abdome (ascite).

Esta desordem é relativamente rara em comparação com a insuficiência cardíaca esquerda.
A causa da insuficiência cardíaca direita é:

  1. Hipertensão pulmonar (causada, por exemplo, por embolia pulmonar, enfisema, etc.),
  2. Distúrbios da valva tricúspide ou do ventrículo direito,
  3. Doenças do pericárdio.

 

Sinais e sintomas da insuficiência cardíaca direita

  • Pés inchados e tornozelos inchados
  • Barriga inchada
  • Pernas inchadas
  • Acúmulo de líquido no corpo
  • Aumento da frequência em urinar, especialmente à noite.
  • Fígado aumentado – o aumento da pressão venosa no organismo provoca uma congestão sanguínea das veias hepáticas, a consequência é a dilatação do fígado.
  • Icterícia
  • Veias do pescoço salientes
  • Fadiga
  • Desmaio
  • Falta de ar
  • Palpitações e batimentos cardíacos irregulares
  • Dor no peito – devido a doença cardíaca isquêmica
  • Incapacidade para se concentrar
  • Incapacidade de fazer esforços

 

Anatomia do coração, fluxo de sangue

Anatomia do coração
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Sintomas da insuficiência cardíaca nos recém-nascidos

Nos recém-nascidos, os sintomas são:

  • Atraso no crescimento – porque o coração consome muita energia, pois tem que trabalhar mais.
  • Dificuldade em respirar porque os pulmões estão cheios de líquido e usam mais músculos do peito e da barriga para compensar.
  • O coração bombeia o sangue muito forte e você pode sentir ou ver o impulso no peito.
  • Frequência respiratória e cardíaca mais rápida.
  • Dificuldade em comer ou jejuar. O bebê pode suar muito durante as mamadas devido ao trabalho extra do corpo para digerir.
  • Dormir mais ou ter menos energia que as outras crianças porque o coração tem que trabalhar mais.
  • O fígado pode ser aumentado devido à congestão no lado direito do coração e pode ser palpado mais facilmente (percebido).
  • Olhos e pés inchados.

 

Diagnóstico de insuficiência cardíaca

O médico irá realizar um exame físico para determinar a condição do paciente, então prescreve exames necessários para entender a gravidade da doença.
Os exames de diagnóstico usados para o diagnóstico são:

  1. Radiografia de tórax.
  2. O eletrocardiograma (ECG) pode mostrar uma doença arterial coronariana
  3. Ecocardiograma com Doppler (ecocardiografia).

 

Riscos e complicações da insuficiência cardíaca

Existem várias complicações nos últimos estágios

  1. Transtornos renais, os rins são incapazes de excretar os sais minerais e água.
  2. Problemas do fígado, este órgão não pode processar as toxinas e portanto permanecem no corpo.
  3. Distúrbios pulmonares tais como edema pulmonar.
  4. Problemas intestinais, por exemplo a má absorção.

 

Classe NYHA da insuficiência cardíaca

Para determinar a terapia mais adequada, os médicos avaliam o estágio da insuficiência cardíaca, de acordo com o esquema de classificação da New York Heart Association (NYHA). Este método abrange os sintomas durante as atividades diárias e a qualidade de vida do paciente.

Classe Descrição
I (leve) Sem limitação da atividade física.
A atividade física normal não causa:

  • Fadiga excessiva,
  • Palpitações,
  • Dispnéia (falta de ar).
II (leve) Leve limitação da atividade física.
Nenhum desconforto no repouso, mas a atividade física comum causa:

  1. Fadiga,
  2. Dispnéia,
  3. Palpitações.

III (moderada)

Considerável limitação da atividade física.
Nenhum desconforto em repouso, mas as tarefas de rotina causam:

  1. Fadiga,
  2. Dispnéia,
  3. Palpitações.

IV (grave)

O paciente não é capaz de realizar qualquer atividade física sem desconforto.
Os sintomas de insuficiência cardíaca também são presentes em repouso.
Qualquer atividade física aumenta o desconforto.

Fonte: American Heart Association

 

Insuficiência cardíaca na gravidez

Com o aumento do volume de sangue que ocorre durante a gravidez, as mulheres grávidas com insuficiência cardíaca congestiva podem piorar.
As mulheres com regurgitação mitral preexistente podem desenvolver os sintomas de insuficiência cardíaca durante a gravidez, particularmente durante o terceiro trimestre.

As seguintes doenças são consideradas contra-indicações para a gravidez:

  1. Hipertensão pulmonar grave,
  2. Insuficiência cardíaca de classe III-IV da NYHA,
  3. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo <40%.

 

Tratamento para insuficiência cardíaca

O tratamento depende dos problemas subjacentes, mas a coisa mais importante é evitar um agravamento.
É essencial reduzir a pressão arterial se é muito alta e prevenir a arritmia.
Em caso de distúrbios das válvulas cardíacas (por exemplo, estenose aórtica) é possível intervir cirurgicamente.
É recomendável:

  1. Efetuar exercícios regularmente mas não excessivamente,
  2. Parar de fumar,
  3. Reduzir o peso do corpo.

 

Tratamento fármacologico

Os medicamentos administrados para o tratamento da insuficiência cardíaca são:

  1. Beta-bloqueadores como o Nebivolol (Nebilet) para reduzir a pressão arterial.
  2. Vasodilatadores (nitroglicerina) que reduzem a sobrecarga cardíaca.
  3. Digital como digoxina (Lanoxin) que serve para aumentar a força do coração e promover a diurese, isto reduz o edema pulmonar.

Entre os remédios naturais você pode tomar um chá de ervas com extrato de Hawthorn que é um vasodilatador e reduz a pressão arterial. Não tome o extrato de Hawthorn juntamente com beta-bloqueadores porque é contra-indicado.

 

Prognóstico da insuficiência cardíaca congestiva

A idade é um dos fatores prognósticos adversos desta doença.
A expectativa de vida em idosos depende da natureza da doença subjacente.
O prognóstico é variável e depende do quadro clínico do indivíduo.

Um estudo científico * realizado para conhecer a sobrevivência de 10 anos em pessoas com insuficiência cardíaca e / ou disfunção sistólica ventricular esquerda (com idade média de 64 anos) mostra a seguinte informação.
Os pacientes com insuficiência cardíaca têm um mau prognóstico, com uma taxa de sobrevivência aos 10 anos de 26,7%.
A insuficiência cardíaca devido à múltipla tem o pior prognóstico, com uma sobrevida aos 10 anos de apenas 12%.

A fração de ejeção influencia o prognóstico.

Fração
de ejeção

Sobrevida
(aos 10 anos)

Normal 76,1%
<40% 30,8%

Diversas variáveis ​​aumentam o risco de morte, incluindo:

  1. Diabetes,
  2. Doença valvular,
  3. Uso de diurético antes de desenvolver insuficiência cardíaca,
  4. Fumar.

* Fonte: Clare J. Taylor, Andrea K. Roalfe, Rachel Iles and F.D. Richard Hobbs
(Primary Care Clinical Sciences, University of Birmingham, Edgbaston B15 2TT, UK – Eur J Heart Fail. 2012;14(2):176-184).

De acordo com um estudo de Marcelo Eidi Ochiai et al. (Heart Institute (INCOR), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) os pacientes que sofrem de doença de Chagas têm um prognóstico pior, independentemente do nível da fração de ejeção.

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