Esclerose múltipla: diagnóstico e tratamento medicamentoso

Diagnóstico da esclerose múltipla

O diagnóstico da doença é feito pelo neurologista com base nos sintomas, se o paciente não tem distúrbios ou são muito leves, o diagnóstico pode ser tardio.

Não há um único teste para diagnosticar a esclerose múltipla.
Além disso, muitas doenças têm os mesmos sintomas.

Quais são os critérios para o diagnóstico de esclerose múltipla?

  • Início entre 10 e 60 anos de idade
  • Sintomas e sinais que indicam lesões da substância branca do sistema nervoso central,
  • Duas ou mais lesões visíveis na ressonância magnética,
  • O exame neurológico mostra uma perturbação do sistema nervoso central
  • O curso pode acontecer de duas maneiras:
    1. Dois ou mais episódios cada um durando pelo menos 24 horas e cada um com pelo menos um mês de intervalo,
    2. Um agravamento progressivo dos sintomas por pelo menos seis meses
  • Nenhuma outra explicação dos sintomas

Exames e testes
Os sintomas da EM podem ser muito semelhantes aqueles de muitos outros distúrbios do sistema nervoso.

INDICE

A fibromialgia provoca dores musculares, fraqueza, fadiga e dificuldade de concentração, portanto para o diagnostico é necessário excluir esses sintomas.

Quem cuida da doença pode suspeitar de EM se houver uma diminuição na funcionalidade de duas partes diferentes do sistema nervoso central (tais como reflexos anormais) em dois momentos diferentes.

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Um exame neurológico mostra uma redução na condução nervosa em uma parte do corpo ou um aumento em outras áreas.
Entre os distúrbios estão:

– Reflexos nervosos anormais
– Diminuição da capacidade de mover uma parte do corpo
– Redução da sensibilidade
– Outras perdas de funções do sistema nervoso.

Um exame ocular pode mostrar:
– Respostas anormais das pupilas
– Alterações no campo de visão ou no movimento ocular
– Movimentos oculares rápidos (nistagmo)

Entre os testes para diagnosticar a EM estão:

  • Ressonância magnética do cérebro e da espinha dorsal. Pode mostrar se há alguma lesão na bainha de mielina (o material isolante que envolve os nervos) no cérebro e na medula espinhal.
  • Punção lombar (espinhal) para a análise do líquido cefalorraquidiano. A amostra é examinada para descobrir se existem células imunes e anticorpos. Isso indica que o sistema imunológico está combatendo uma doença no cérebro e na medula espinhal.
  • Eletromiografia e exames dos potenciais evocados (Ghasemi et al. – 2017) (estes exames medem a condutividade do nervo). Este exame serve para a avaliação do olho.
    O médico envia estímulos visuais aos olhos enquanto a máquina registra as ondas cerebrais.
  • Exames de sangue para excluir outras doenças, por exemplo, o médico pode controlar os valores dos anticorpos ANA para saber se o paciente tem uma doença auto-imune. Além disso, outras causas de sintomas podem ser descartadas, como deficiências de vitaminas (Shah et al., 2011) ou neuromielite óptica.

 

Medicamentos para tratar a EM

A EM não tem cura, a forma remitente-recorrente pode ser controlada com tratamentos que reduzem o número e a gravidade das recidivas.
Essas curas retardam a progressão da EM.
Os fármacos reduzem a quantidade de dano na mielina no sistema nervoso central.
O médico os prescreve apenas para pacientes com as seguintes formas de EM:

  • Recidivante remitente
  • Progressiva
  • Secundária progressiva

Interferon beta
O interferon beta é um medicamento injetável encontrado no mercado em quatro formas diferentes.
O tratamento com interferon é recomendado no caso de pelo menos duas recaídas nos últimos dois anos.

O médico também pode prescrever esse medicamento para pessoas com esclerose múltipla secundária progressiva.
Nessa forma os indivíduos têm recaídas contínua; cada episódio aumenta a incapacidade.

Existem efeitos colaterais leves, incluindo sintomas de gripe (dor de cabeça, calafrios e febre baixa)
O interferon beta não pode ser administrado a mulheres grávidas ou que estão amamentando.

Acetato de Glatirâmer
Este medicamento impede o ataque do sistema imunológico contra a mielina que envolve e protege os nervos.
O acetato de glatirâmer (Copaxone) é injetado sob a pele todos os dias.
O acetato de glatirâmer é usado apenas na forma remitente-recorrente da EM.
Como o interferon beta, o acetato de glatirâmer não pode ser administrado em mulheres grávidas ou que amamentam.

Teriflunomide
O teriflunomide é um medicamento oral para ser tomado uma vez por dia.
É bem tolerado, embora possa provocar os seguintes efeitos colaterais:

O teriflunomide não é administrado a pessoas com graves problemas no fígado e mulheres grávidas.

Natalizumab
O Natalizumab (Tysabri) é injetado na veia uma vez a cada 28 dias. O ingrediente ativo pode causar os seguintes efeitos colaterais:

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Em casos raros, o natalizumab provoca a leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP).
A LMP é uma doença rara, mas muito grave: ocorre a ruptura da mielina nas fibras do nervo, semelhante a EM. Provoca problemas de vista, de fala e a paralisia.
Recomendamos o tratamento com natalizumab quando:

  • Ocorre um aumento na freqüência, gravidade ou número de recidivas (apesar do tratamento com o interferon e o copaxone),
  • Ocorrem duas ou mais ataques em um ano.

O medicamento não pode ser usado em pacientes com câncer ou um sistema imunitário enfraquecido (HIV positivo).

Fingolimod
O Fingolimod (Gilenya) é um medicamento oral para ser tomado uma vez por dia. O ingrediente ativo é bem tolerado. No entanto, algumas pessoas podem sentir os seguintes efeitos colaterais:

Por estas razões, recomendamos de tomar as primeiras doses em um hospital.
O Fingolimod é recomendável quando o paciente tem recaídas apesar do tratamento com o interferon.
O Fingolimod não se pode administrar nas pessoas com problemas cardíacos, mulheres grávidas ou que amamentam.

Operação cirúrgica
A cirurgia para a esclerose múltipla é uma novidade inventada pelo Dr. Zamboni e consiste na dilatação das veias jugulares, removendo a obstrução que ocorre em pacientes com esclerose múltipla.

Leia também:

Bibliografia:

  1. Shah I, James R, Barker J, Petroczi A, Naughton DP. Misleading measures in Vitamin D analysis: a novel LC-MS/MS assay to account for epimers and isobars. Nutr J. 2011 May 14; 10():46.
  2. Nazem Ghasemi, Ph.D, Shahnaz Razavi, Ph.D, and Elham Nikzad, B.Sc. Multiple Sclerosis: Pathogenesis, Symptoms, Diagnoses and Cell-Based Therapy. Cell J. 2017 Apr-Jun; 19(1): 1–10. doi: 10.22074/cellj.2016.4867
  3. Gronseth GS, Ashman EJ. Practice parameter: the usefulness of evoked potentials in identifying clinically silent lesions in patients with suspected multiple sclerosis (an evidence-based review): Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2000 May 9; 54(9):1720-5.