A labirintite é uma inflamação do labirinto (estrutura delicada da orelha interna) e provoca:
- Perda auditiva,
- Tontura e perda de equilíbrio.
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Geralmente afeta os adultos; raramente as crianças desenvolvem esta doença.
A labirintite não é contagiosa.
Anatomia do labirinto
O labirinto está localizado no ouvido interno, ou seja, a parte mais profunda deste órgão.
É dividido em duas áreas:
- A cóclea: responsável pela audição,
- O sistema vestibular: responsável pelo equilíbrio.
Dentro do labirinto existem os órgãos do equilíbrio:
- Os canais semicirculares,
- O utrículo,
- O sáculo.
Desenvolvimento da labirintite (fisiopatologia)
Normalmente, a labirintite afeta a parte superior do labirinto e suas aferências (Jeong SH – Department of Neurology, Chungnam National University Hospital, Daejeon, Korea), enquanto a parte inferior do labirinto vestibular raramente é afetada.
Dentro dos canais semicirculares existe um líquido chamado de endolinfa que se move com base nos movimentos da cabeça.
Os nervos detectam o movimento do fluido e transmitem essa informação ao cérebro.
A orelha interna está conectada ao cérebro através do nervo vestibular.
O cérebro interpreta o movimento do líquido e permite manter o equilíbrio.
Os olhos também enviam ao cérebro informações sobre a posição da cabeça.
Quando as informações provenientes do labirinto e dos olhos não correspondem, o cérebro tem dificuldade em interpretar o movimento do corpo.
Este erro de interpretação muitas vezes causa tontura ou a sensação de que o corpo está se movendo, quando na verdade está parado.
Fonte: John Simic, MD, Scott H Plantz, MD, Francisco Talavera, PharmD, PhD, Richard Harrigan, MD
Causas da labirintite
As causas de labirintite podem ser:
Labirintite infecciosa
As infecções virais e bacterianas do trato respiratório superior podem causar a labirintite.
Vírus, fungos e bactérias podem invadir o labirinto:
- Através do sangue,
- Em caso de otite média, através da janela oval ou redonda do crânio (raro).
Labirintite viral
Os vírus que mais comumente causam a labirintite são:
- Vírus do resfriado,
- Herpes zóster (labirintite viral),
- Caxumba,
- Sarampo,
- Rubéola,
- Mononucleose.
Labirintite bacteriana
Nesse caso existe uma infecção grave que pode evoluir em 4 estágios:
- Serosa, é uma fase inicial em que se desenvolve uma inflamação e a formação de líquido exsudado (líquido inflamatório com alta concentração de proteínas) rico em anticorpos.
- Purulenta ou supurativa, é uma infecção aguda com acumulação de pus formado por bactérias e anticorpos.
- Fibrosa, caracterizada pela formação de tecido de fibroso; ocorre em caso de infecção crônica, algumas semanas ou meses após o início da labirintite aguda. É caracterizada pela proliferação de fibroblastos no labirinto.
- Ossificante, nessa fase acumula-se o tecido ósseo no labirinto. A ossificação ocorre alguns meses após a infecção aguda.
Labirintite não infecciosa
Labirintite autoimune
O sistema imune produz glóbulos brancos e anticorpos para combater as infecções.
Em uma doença autoimune, o sistema imunológico ataca os tecidos saudáveis do organismo causando lesões e inflamações.
Muitas vezes, a doença afeta ambas as orelhas e os pacientes sofrem de doenças autoimunes em outras partes do corpo.
Labirintite tóxica
A labirintite tóxica é uma inflamação estéril (não causada por germes) que pode ser provocada pela irritação química da membrana do labirinto.
As substâncias irritantes geralmente podem vir do corpo, por exemplo:
- Toxinas bacterianas,
- Mediadores de reações inflamatórias (substâncias envolvidas no processo inflamatório),
- Produtos metabólicos de um tumor no ouvido médio, externo ou no osso temporal.
Outras causas de labirintite
- Estresse,
- Álcool,
- Trauma,
- Alergia,
- Alguns medicamentos:
- Furosemida (Lasix)
- Aspirina
- Alguns antibióticos
- Fenitoína (difenil-hidantoína) em níveis tóxicos
Fatores de risco da labirintite
Uma alimentação inadequada, o estilo de vida sedentário e o fumo favorecem o aparecimento da labirintite.
Os alimentos que podem aumentar as chances de desenvolver a labirintite são:
- Café,
- Chocolate,
- Sal,
- Doces,
- Álcool.
De acordo com a teoria da dieta do tipo sanguíneo, uma pessoa pode ter tontura se comer:
- Cereais com glúten,
- Leite e produtos lácteos (queijo, iogurte, etc.)
Sintomas da labirintite
Os sintomas mais comuns da labirintite são:
- Vertigem (ou tontura) constante por vários dias; a pessoa tem uma sensação de “rodar” enquanto a sala está parada ou a pessoa está parada mas a sala “gira” ao redor dela,
- Perda auditiva em uma ou ambas as orelhas,
- Náusea ou vômito,
- Perda de equilíbrio.
Os movimentos da cabeça e dos olhos pioram os sintomas; nos casos mais graves o paciente deve permanecer na cama imóvel para não vomitar.
A labirintite pode ser:
- Leve,
- Grave.
Algumas pessoas sentem-se apenas ligeiramente atordoadas e sem equilíbrio; outros indivíduos são incapazes de permanecer em pé.
Outros sintomas da labirintite aguda são os seguintes:
- Dor de cabeça leve,
- Acufeno (zumbido ou assobio nos ouvidos) que pode ser unilateral ou bilateral (em ambos os ouvidos),
- Sensação de mal-estar,
- Visão turva,
- Nistagmo horizontal-rotatório espontâneo (Jeong SH – Department of Neurology, Chungnam National University Hospital, Daejeon, Korea.)
O paciente pode ter distúrbios de humor, tais como:
- Ansiedade e estresse,
- Depressão,
- Ataques de pânico.
Labirintite crônica
Em casos raros as pessoas sofrem de tonturas, vertigens e náusea por muitos meses, até mesmo anos. Esta patologia é chamada de labirintite crônica.
Os sintomas da labirintite crônica são menos graves, embora a tontura seja um problema que não deve ser subestimado, especialmente para pessoas que dirigem veículos pesados.
Complicações da labirintite
Muitas vezes a labirintite ocorre sem complicações.
Às vezes, essa patologia pode causar:
- A perda permanente da audição,
- Danos ao sistema de equilíbrio.
O cérebro compensa o dano, por exemplo, ignorando os sinais anormais provenientes da orelha doente, mas a pessoa se sente instável.