Plaquetas baixas ou trombocitopenia | sintomas e causas | tratamento

As plaquetas baixas (ou trombocitopenia) ocorrem quando os valores dessas células no sangue são inferiores a 150.000 por mililitro de sangue.

INDICE

 

As plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue juntamente com outros elementos:

  1. Fibrinogênio,
  2. Fatores de coagulação.

Portanto é muito importante manter a contagem de plaquetas dentro dos níveis normais.
Cerca de 65% das plaquetas é encontrado no sangue circulante, enquanto cerca de 35% é encontrado no baço ou em outros órgãos.

O sangue do homem contém três componentes celulares:

  • Glóbulos vermelhos (hemácias),
  • Glóbulos brancos (leucócitos),
  • Plaquetas (trombócitos).
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As plaquetas desempenham um papel importante no processo de cicatrização das lesões e na formação de coágulos de sangue em caso de acidente.
São células microscópicas de forma irregular, desprovidas de um núcleo.
As plaquetas derivam das células da medula óssea chamadas megacariócitos.
A faixa normal da contagem de plaquetas varia de 150.000 a 400.000 para μl (microlitros).
O aumento ou a diminuição desses valores pode provocar conseqüências perigosas.

 


Causas de plaquetas baixas

Interceptação de plaquetas no baço
O baço é um órgão pequeno do tamanho de um punho que está localizado logo abaixo da caixa torácica no lado esquerdo do abdômen.
O baço funciona normalmente para combater a infecção e filtrar o material indesejado do sangue.
A esplenomegalia (aumento do baço) devido a alguns problemas pode:

  1. Interceptar muitas plaquetas,
  2. Causar a diminuição dessas células no sangue.

No caso da cirrose do fígado, a veia porta tem dificuldade em trazer um fluxo sanguíneo adequado para o fígado porque há um bloqueio da circulação.
A conseqüência é um aumento da pressão na veia porta (hipertensão portal).
Também aumenta a pressão na veia esplênica que causa esplenomegalia.

Redução da produção de plaquetas
As plaquetas são produzidas na medula óssea.
As doenças que afetam a medula óssea, como a leucemia (câncer das células do sangue), mieloma múltiplo e certos tipos de anemia podem diminuir a produção de novas plaquetas.

No caso da síndrome mieloproliferativa (por exemplo, leucemia mielóide), ocorre uma proliferação e acumulação de células imaturas (mieloblastos) na medula óssea.
A medula cheia de mieloblastos reduz a produção de glóbulos vermelhos e plaquetas.

As menstruações que ocorrem durante o ciclo menstrual podem causar perda de sangue abundante que causa a trombocitopenia.
As infecções virais (por exemplo, a mononucleose que pode causar o baço aumentado) podem reduzir a capacidade da medula óssea de liberar as plaquetas.
Os produtos químicos tóxicos, medicamentos quimioterápicos e o abuso de álcool podem diminuir a quantidade de plaquetas.

Aumento do utilizo das plaquetas
Algumas doenças podem causar o uso ou a destruição das plaquetas mais rápido do que elas são produzidas. Portanto ocorre uma falta de plaquetas no sangue. Alguns exemplos:

  • A gravidez pode causar trombocitopenia leve.
  • A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI). Na PTI o sistema imunológico gera anticorpos que atacam por engano as plaquetas. Também se chama de trombocitopenia imune. O diagnóstico desta doença é feito por exclusão, quando o exame do esfregaço de sangue periférico não mostra outras causas e a coagulação é normal.
  • As doenças auto-imunes em que o sistema imunológico ataca o tecido saudável podem causar trombocitopenia. Por exemplo o lúpus e artrite reumatóide.
  • A presença de bactérias no sangue. As graves infecções bacterianas do sangue (bacteremia) podem levar à destruição de plaquetas, neste caso, o paciente tem febre alta.
  • A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma doença rara que ocorre quando de repente se formam pequenos coágulos de sangue por todo o corpo. Isto envolve o uso de plaquetas em grandes quantidades.
  • Síndrome hemolítico-urêmica. Esta doença rara provoca uma grande queda das plaquetas, a destruição dos glóbulos vermelhos e a insuficiência renal. Às vezes pode ocorrer junto a uma infecção bacteriana da escherichia coli (E. Coli) que pode ocorrer comendo carne crua ou mal cozida.
  • Medicamentos. Alguns fármacos podem reduzir o número de plaquetas no sangue ou confundir o sistema imunológico que destrói as plaquetas. Alguns exemplos são heparina, quinidina, quinina, os sulfonamidas (antibióticos), interferon, anticonvulsivantes, quimioterapia e sais de ouro.

 


Contagem de plaquetas baixa na gravidez

Embora as mulheres podem ter plaquetas baixas antes de estar grávida, é comum o desenvolvimento da doença durante a gravidez.
Acredita-se que seja devido ao aumento do volume de plasma sanguíneo.
Quando o plasma sanguíneo aumenta, diminui o número de plaquetas presentes por mililitro de sangue.
Algumas mulheres podem ter contagem de plaquetas baixa no terceiro trimestre (especialmente o oitavo e o nono mês).
Esta doença é chamada de trombocitopenia gestacional.
Um dos problemas associados com as plaquetas baixas é que a anestesia epidural não pode ser feita antes do parto para sentir menos dor.

 


Plaquetas baixas em crianças

Em bebês e crianças a causa mais freqüente de aumento de destruição de plaquetas é a doença celíaca.

Dado que a doença celíaca é uma doença auto-imune, se pode presentar em conjunto com outras doenças auto-imunes, como anemia ou trombocitopenia auto-imunes.
O melhor tratamento para a trombocitopenia juntamente com a doença celíaca não é certo porque não há dados estatísticos suficientes, mas em alguns casos a dieta sem glúten pode normalizar os valores das plaquetas (Hematologic manifestation of childhood celiac disease. Fisgin T, Yarali N, Duru F, Usta B, Kara A Acta Haematol. 2004; 111(4):211-4).

Púrpura Trombocitopênica Idiopática
É uma doença rara porque os pacientes que precisam de tratamento são poucos, cerca de 2/3 novos casos a cada ano. Outros não necessitam de tratamento farmacológico.
Esta doença ocorre quando o corpo identifica erroneamente as plaquetas como células estranhas.
O corpo produz anticorpos contra as plaquetas que são destruídas pelo sistema imunológico. Isso provoca uma diminuição súbita de plaquetas.
A maioria das crianças com PTI tem uma doença viral precedente que causou a resposta imune anormal.
Muitas vezes as crianças com PTI apresentam epistaxe, equimoses e sangramento nas gengivas ou outras áreas.
Os recém-nascidos prematuros nascem com um número ligeiramente menor de plaquetas, mas dentro de 2 semanas volta aos níveis normais.

Nas crianças outra doença comum que causa trombocitopenia é a síndrome hemolítico-urêmica, ou HUS.
Ocorre após a infecção de uma estirpe específica de E. Coli que é uma causa comum de diarréia e intoxicação alimentar.
Uma criança que sofre de HUS tem insuficiência renal e trombocitopenia.

 


Sintomas de plaquetas baixas

Um dos sintomas mais óbvios de plaquetas muito baixas é o sangramento.
O nariz, as gengivas ou as bochechas dentro da boca sangram sem motivo.
No caso de uma pequena ferida, a hemorragia não para por um tempo.

É possível que ocorra um sangramento dentro do corpo que se manifesta como:

O principal sintoma de hemorragia interna devido a púrpura é o aparecimento de manchas vermelhas ou roxa na pele.
São chamadas de petéquias.

Outros sintomas incluem:

  1. Fadiga,
  2. Fácil formação de hematoma,
  3. Insegurança,
  4. Medo de traumas.

 

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Complicações ou efeitos da contagem alta e baixa das plaquetas

As consequências do aumento ou diminuição de plaquetas podem ser mortais.

Contagem de plaquetas baixa
A contagem das plaquetas baixa pode ser causada por menos produção, maior destruição ou uso das plaquetas.
Isso pode determinar o sangramento contínuo de uma lesão porque faltam as plaquetas para curar a ferida.

Quando se preocupar?
A contagem das plaquetas inferior a 30.000/μ l pode ser perigoso.

Contagem de plaquetas alta
A contagem de plaquetas alta ou trombocitose pode ser o resultado da alta produção de plaquetas ou destruição ineficiente das antigas do corpo.
Algumas doenças, lesões, medicamentos ou cirurgias pode aumentar a produção de plaquetas.
A contagem das plaquetas alta pode provocar a formação de trombose venosa profunda e obstrução dos vasos sanguíneos que causa:

  1. Infarto do miocárdio,
  2. Acidente vascular cerebral.

 


Diagnóstico da trombocitopenia

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Geralmente a trombocitopenia é detectada incidentalmente por exames de rotina de sangue que são realizados por outras razões.
As plaquetas são um componente do hemograma completo que contém informações sobre os glóbulos vermelhos e brancos.

A análise completa dos outros componentes do hemograma é importante na avaliação da contagem de plaquetas baixa.
O hemograma pode indicar a presença de outras doenças do sangue, por exemplo:

1. Eritrocitose (aumento de eritrócitos ou hemoglobina),
2. Leucopenia (contagem baixa de glóbulos brancos),
3. Leucocitose (glóbulos brancos altos), os leucócitos incluem: monócitos, eosinófilos, basófilos, neutrófilos ou linfócitos.

Plaquetas baixas ou Trombocitopenia

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A anemia aplástica provoca a redução de todas as células do sangue, portanto:

  • Eritrócitos baixos,
  • Plaquetas,
  • Glóbulos brancos baixos (linfócitos, monócitos, etc.)

Essas anormalidades podem sugir de problemas na medula óssea que causam a trombocitopenia.
Os glóbulos vermelhos de forma anormal ou quebrados (esquistócitos) observados no exame de sangue podem ser a prova de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) /Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) e da Síndrome Hellp .

No hemograma completo outra prova é o volume plaquetário médio (VPM) ou seja é uma estimativa do tamanho médio das plaquetas.
Um número baixo de VPM no sangue pode indicar um problema de produção de plaquetas, enquanto um número elevado pode indicar maior destruição.
É importante examinar outros exames de sangue incluindo painel metabólico completo, coagulação e exame de urina.
Algumas anormalidades nestes exames são típicos:

  1. Da cirrose hepática (plaquetas baixas e bilirrubina alta),
  2. Da insuficiência renal (com azotemia e creatinina alta),
  3. De outras patologias.


O que fazer? Tratamento para plaquetas baixas

Trombocitopenia leve
Em muitos casos de trombocitopenia leve não há necessidade de terapia. A doença pode desaparecer por si só.
Em mulheres grávidas geralmente a trombocitopenia leve  melhora após o parto.

Trombocitopenia grave
As opções de tratamento da trombocitopenia podem ser:

Tratar a causa subjacente da trombocitopenia. Se o médico é capaz de identificar e tratar a doença que causa a trombocitopenia, pode melhorar os sinais e sintomas da pessoa afetada.
O tratamento para a púrpura trombocitopênica idiopática inclui medicamentos que bloqueiam os anticorpos contra as plaquetas, como os corticosteróides.
O dexametasona é recomendado porque tem um efeito antiemorragico.
Os corticosteróides não devem ser tomados por muitos meses porque têm efeitos colaterais sérios.
Em 15-30% dos casos, o paciente responde ao tratamento com cortisona (Therapy of chronic idiopathic thrombocytopenic purpura in adults. Berchtold P, McMillan R – Blood. 1989 Nov 15; 74(7):2309-17)

Transfusões de sangue. Se o nível de plaquetas é muito baixo, o médico pode substituir a perda de sangue com transfusões de glóbulos vermelhos ou plaquetas.

Se a cortisona não ajuda, o médico pode optar para a remoção do baço através da cirurgia (esplenectomia) ou por medicamentos mais fortes que suprimem o sistema imunitário.

O rituximab tem 30/40% de chance de manter níveis aceitáveis de plaquetas.
Os candidatos ideais para tomar este medicamento são as mulheres jovens em quem a redução de plaquetas começou há menos de dois anos.
Os resultados do tratamento com rituximab nem sempre são imediatos, você precisa esperar 2/3 meses para avaliar os efeitos.

A esplenectomia resolve cerca de 2/3 dos casos (Chronic idiopathic thrombocytopenic purpura. George JN, el-Harake MA, Raskob GE – N Engl J Med. 1994 Nov 3; 331(18):1207-11.).
No entanto, os riscos incluem a formação de trombose e uma maior probabilidade de desenvolver infecções.
Em crianças, a remoção do baço geralmente não é feita porque este órgão tem uma função imunológica, logo o bebê tem maior risco de infecção.
Os pacientes com outras doenças ou problemas respiratórios não são adequados para a esplenectomia ou administração de rituximab.

 

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Existem alguns novos medicamentos chamados de: agonistas dos receptores de trombopoetina.
Essas drogas funcionam como o hormônio que estimula a produção de plaquetas na medula óssea.
Não têm efeitos colaterais sérios, mas o paciente deve tomar esse medicamento a longo prazo.
Este medicamento é usado em pacientes que não podem ou não querem fazer outros tratamentos.
Em alguns casos, alguns pacientes podem resolver o problema e parar a terapia.
A eficácia dos agonistas dos receptores de trombopoetina é de 80%.
As pessoas que tomam esses medicamentos podem ter pequenas hemorragias, mas não correm risco de sangramento grave.

 


Remédios caseiros para plaquetas baixas

Evite atividades que podem causar ferimentos. Esportes de contato como boxe e o futebol causam riscos de sangramento muito altos.


Beber álcool com moderação porque ele diminui a produção de plaquetas no organismo.

Tomar medicamentos sem receita médica cuidadosamente.
Os medicamentos analgésicos de venda livre que podem comprometer a função plaquetária são, por exemplo, a aspirina, ibuprofeno e outros.

O que comer? Dieta e alimentação para plaquetas baixas

De acordo com a Gluten Free Society o glúten provoca a malabsorção da vitamina B12.
A vitamina B12 é usada para produzir:

  1. Glóbulos vermelhos,
  2. Glóbulos brancos,
  3. Plaquetas.

A dieta recomendada pela medicina natural consiste em alimentos naturais, excluindo:

  1. Cereais com glúten (pão, macarrão, bolachas salgadas, gressinos, biscoitos, pizza, kamut, espelta, cevada e aveia),
  2. Leite e produtos lácteos,
  3. Outros alimentos processados,
  4. Doces e suplementos contendo maltodextrinas,
  5. Bebidas estimulantes (café, chá) e cerveja.

Algumas teorias sobre a medicina natural desaconselham a carne e as proteínas animais porque a anatomia do intestino humano é semelhante à dos animais frugívoros (como o chimpanzé) e diferente da dos carnívoros que têm um intestino curto.
A digestão da carne em seres humanos é muito lenta e a conseqüência é a produção de escórias (putrescina, cadaverina, etc.).
No entanto, de acordo com a dieta do grupo sanguíneo e a dieta paleo, a carne é um alimento fundamental para o homem, já que era um caçador no passado.
Além disso, de acordo com a dieta do tipo sanguíneo, a leucemia também pode ser causada por os cereais.

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