Epicondilite medial do cotovelo

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A epicondilite medial (também conhecida como cotovelo do golfista) é uma tendinite insercional que afeta os tendões que se ligam no epicôndilo medial do antebraço.
O cotovelo do golfista é a conseqüência da inflamação e degeneração dos tendões dos  flexores e pronadores do punho.

É uma tendinopatia por sobrecarga que surge principalmente por causa dos esportes constituido por lançamentos como golfe, bowling, ténis, futebol e beisebol.

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Avaliação da epicondilite medial
© Massimo Defilippo

O epicôndilo medial é uma proeminência na parte interna do cotovelo (côndilo umeral) onde os tendões dos flexores e pronadores do pulso se inserem (por exemplo: o pronador redondo, o flexor radial do carpo e o palmar longo).
A dor no cotovelo pode ser leve ou forte e pode interferir com as atividades diárias ou esportes.
Os sintomas também podem irradiar do antebraço até o pulso.
O aparecimento da epicondilite medial pode ser traumático, mas geralmente é progressivo, o desconforto aumenta lentamente e muitas vezes se torna crônico.
O cotovelo do golfista é muito menos frequente da epicondilite lateral.
O epicôndilo medial mais afetado é o do braço dominante, geralmente é unilateral, mas em alguns casos é bilateral (esquerda e direita juntos).
Os movimentos que podem causar a epicondilite são: lançamento, recolher e segurar objetos.

Tendinose
O problema principal não é a inflamação aguda dos tendões, mas a degeneração do tecido conjuntivo que forma os tendões.
As causas são as micro-lesões repetidas que ocorrem no epicôndilo medial fazendo algum esporte.
Estudos microscópicos mostraram os distúrbios do tendão caracterizados pela desorganização das fibras do tendão e tecido cicatricial.
A nível celular, a sobrecarga mecânica induz a diferenciação de células-tronco do tendão em adipogênica, condrogênica e osteogênica.
A conseqüência é que essas células podem desenvolver formações lipídicas, calcificação e degeneração mucóide em vez da reparação do tendão.

 


Quem sofre de epicondilite medial?

Qualquer pessoa pode sofrer de epicondilite medial, mas é comumente encontrada em jogadores de golfe, beisebol, escalada, musculação, arqueiros e músicos.
Os atletas são mais propensos a sofrer de epicondilite porque sofrem muitos micro-traumas.
O cotovelo do golfista é mais frequente em homens e é prevalente em indivíduos entre 20 e 50 anos.
Algumas pessoas que usam o mouse para trabalhar podem desenvolver a epicondilite medial.

 


Causas de epicondilite medial

A causa mais comum de epicondilite é a sobrecarga no tendão.
Também pode ser causado por uma lesão súbita, mas é raro.

Os principais fatores de risco são:

  • A idade: os adultos têm tendões menos flexíveis e executam movimentos repetitivos durante o trabalho ou esporte;
  • A diabetes aumenta a probabilidade de desenvolver cotovelo do golfista;
  • Uma técnica de realização do gesto errado no esporte;
  • Músculos do antebraço fracos e insuficientes para praticar algum esporte.

 


Quais são os sinais e sintomas da epicondilite medial?

A tendinite causa dor na parte interna do cotovelo, fraqueza durante a pronação e flexão do pulso e às vezes inchaço acima do epicôndilo medial.
A dor é moderada, mas aumenta gradualmente ao longo do tempo.

Os sintomas pioram alongando e apertando o tendão afetado, pegando objetos e realizando movimentos de flexão ou pronação do punho.
Ao longo do tempo, além dos tendões, os músculos também enfraquecem.
Em caso de epicondilite grave, pode haver uma limitação de movimento.

 


Diagnóstico da epicondilite no cotovelo

O médico especialista que cuida de cotovelo é o fisiatra ou ortopedista que deve examinar o histórico médico do paciente para avaliar a presença de fatores de risco, tais como atividades esportivas ou de trabalho que causam tantos micro-traumas.
O médico precisa saber se a dor ocorreu lentamente ou é o resultado de um trauma direto ao epicôndilo.
O ortopedista deve saber quais são os sintomas e quanto tempo dura.

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Alongamento dos músculos do epicôndilo medial do cotovelo e teste de força
© Massimo Defilippo

Exame físico
Controle o cotovelo doloroso e palpar o epicôndilo medial para localizar o local exato dos sintomas.
Existe um teste para diagnosticar o cotovelo do golfista.
O examinador supina e estende passivamente o pulso e o cotovelo.
O teste é positivo em caso de dor no epicôndilo medial.
Para excluir um encarceramento do nervo também é necessário avaliar os reflexões do tendão do cotovelo.

 

Diagnóstico diferencial

O médico deve excluir:

  • Artrite;
  • Fraturas do epicôndilo;
  • Síndrome do túnel do carpo;
  • Nevralgia cervicobraquial;
  • Compressão do nervo ulnar;
  • Bursite do olécrano.

 


Tratamento e remédios naturais para a epicondilite no cotovelo

Exames de imagem
A radiografia ajuda o médico a descartar outras causas possíveis de dor no cotovelo, como artrite ou fraturas.

Uma ultrassonografia pode ser necessária para confirmar o diagnóstico.
A ressonância magnética do cotovelo é recomendada excepcionalmente para avaliar a dor no cotovelo.
Também pode ser útil efetuar a ressonância no pescoço para excluir uma cervicobraquialgia se o paciente tem dor no ombro e na mão, ou em caso de sintomas neurológicos (por exemplo, perda de reflexos, dormência e formigamento).
A eletromiografia (EMG) é um exame que avalia os impulsos nervosos nos músculos durante a contração.
Recomendamos a eletromiografia se os sintomas estão relacionados com a compressão de um nervo.

 


O que fazer? Qual é o tratamento para epicondilite medial?

Medicamentos
Existem muitos medicamentos para tratar o cotovelo do golfista, mas produzem apenas um alívio temporário e muitas vezes causam a degeneração do tendão.
O médico pode recomendar medicamentos analgésicos como paracetamol ou anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) como o ibuprofeno (Alivium) ou diclofenaco (Voltaren).
Os efeitos secundários deste tratamento incluem: úlcera no estômago e dor de barriga.
Ao invés dos medicamentos também é possível usar cremes ou gel anti-inflamatório diretamente na área afetada.
Podem ser feitas até mesmo injeções de cortisona ou mesoterapia ao redor do tendão, mas seu uso é limitado porque esta terapia pode enfraquecer os tendões.
Para poder tomar cortisona é necessária uma prescrição médica.

 


Remédios naturais para epicondilite medial do cotovelo

Em primeiro lugar é importante descansar o braço, suspender as atividades esportivas, tais como golfe, escalada, natação, tênis, etc.
Aplicar gelo sobre o epicôndilo medial durante 20 minutos, 3 vezes por dia (não coloque o gelo diretamente sobre a pele).

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Órtese para a tendinite do cotovelo

Para reduzir a carga sobre o tendão, seria melhor usar um aparelho semelhante a uma faixa ou uma tira de couro com uma espessura de 2-3 cm abaixo do côndilo medial do cotovelo ou aplicar uma órtese que imobiliza o pulso.
Este tratamento conservador ajuda a reduzir a inflamação e a dor.
Além disso, graças à ajuda de um fisioterapeuta você pode aprender uma postura correta durante as atividades diárias e desenvolver uma técnica melhor para a prática de atividades esportivas.
Entre os remédios de ervas medicinais existe a pomada de arnica e de garra do diabo. É necessário aplicar estes cremes duas vezes por dia sobre a área dolorida.
A acupuntura não é a cura natural mais adequada para epicondilite e o médico raramente prescreve-la.

 


Fisioterapia para epicondilite medial do cotovelo

As técnicas de fisioterapia, tais como tratamento com laser são usadas em combinação com ultra-som, são eficazes para reduzir os sintomas.
Geralmente, estes tratamentos têm efeito a longo prazo.
As ondas de choque não são uma terapia utilizada no tratamento da epicondilite.
Os tratamentos manuais são muito eficazes e seguros para o tratamento da epicondilite.
Os mais usados são a massagem cyriax e miofascial porque eliminam as aderências no tecido.
Quando a dor e a inflamação diminuem, é possível começar a executar exercícios de fortalecimento específicos e alongamento.

 


Exercícios de reabilitação para epicondilite medial do cotovelo

Os seguintes exercícios de reabilitação são geralmente prescritos para pacientes com epicondilite.
Antes de começar a executar um pograma de fisioterapia fale com o fisioterapeuta para avaliar a adequação.
Estes exercícios devem ser efetuados 3 vezes ao dia se não causam uma piora dos sintomas.

Alongamento para o cotovelo
Começe este exercício com o cotovelo direito. Usando a outra mão, puxe o pulso estendendo até sentir uma sensação de alongamento. Mantenha a posição por 15 segundos e repita 4 vezes.

Exercício excêntrico
Segurando um haltere na academia, coloque o antebraço com a palma da mão para cima na borda de uma mesa (com a mão que sai para fora da borda da mesa).
Começar com o punho em flexão.
Trazer lentamente (parando a queda) o pulso para a extensão.
Retornar à posição inicial com a outra mão.
A fim de evitar mais danos, um fisioterapista qualificado deve ensinar aos pacientes a correta execução da técnica e a carga adequada.

Os exercícios para evitar são aqueles para o fortalecimento do músculo bíceps e do braquiorradial, ou seja, a flexão do cotovelo com os pesos.

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© Massimo Defilippo

Kinesio taping para epicondilite medial do cotovelo

Ação: estabilização ou drenagem.
Forma: 2 tiras a ‘Y ‘.
Comprimento: 20 cm. Largura: 2,5cm.

Para reduzir a tensão sobre os músculos flexores e pronatores do antebraço: aplicar a bandagem com o cotovelo em extensão e a mão em dorsiflexão, sem tensão.
Aplicar as tiras com o cotovelo em extensão, sem tensão, a partir do epicôndilo medial.
A primeira faixa segue o curso do flexor radial e ulnar do carpo.

A segunda faixa se aplica acima da primeira e age sobre o pronador quadrado e redondo.
Desta forma, você pode reduzir a tensão muscular e favorecer o movimento do cotovelo.

 


Cirurgia para epicondilite medial do cotovelo

O tratamento cirúrgico para epicondilite medial é muito raro, mas se os sintomas persistem, após 12 meses de terapia conservadora se pode optar por uma operação.

Existem dois tipos de cirurgia:

1. Desbridamento do tendão: o cirurgião faz uma pequena incisão e recorta o tecido danificado.
2. Liberação do tendão: o cirurgião remove o tecido cicatricial e calcificação e calcificações, em seguida fixa o tendão saudável próximo ao osso suturando-o.
As possíveis complicações incluem infecção e os sintomas da inflamação do nervo ulnar.

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Quanto tempo dura? O prognóstico da epicondilite medial do cotovelo

Cerca de 95% das pessoas com epicondilite medial se recupera com o repouso em poucos meses.
Claro, fazendo um tratamento fisioterapêutico conservador o tempo para a cicatrização pode ser menor.
O retorno à atividade esportiva é permitido apenas quando os sintomas desaparecem.

Se você não evita a causa da dor, é possível uma recaída da epicondilite medial.

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